É no mínimo intrigante como as "brechas" de Gênesis nos permitem lucubrações fascinantes e verossímeis, ao contrário do que pensam os que têm dificuldade ou preguiça de pensar. Foi o senhor Albert Einstein quem disse que "a imaginação é mais importante que o conhecimento". Assim, imaginemos o genoma perfeito. Pergunto: - há o genoma perfeito? O que ocorreria à vida biológica do ser cujas células abrigassem em seu núcleo o genoma perfeito?
Há, aqui, em minhas lucubrações, um equívoco contornável e necessitado de correção. O equívoco é a pergunta. Não que a que acabei de formular não seja pertinente ou vital. Ela o é. Mas há outra que lhe antecede, de importância maior, posto que sirva para a definição inicial sobre a qual imaginaremos as possibilidades dela decorrentes. O que seria um "genoma perfeito"?, seria a questão principal. Se não fosse possível respondê-la, estaríamos num mato sem cachorro.
Um genoma perfeito seria aquele em que os alelos de seus genes portassem informações de variações normais apenas, como cor da pele, dos cabelos, dos olhos, estatura, etc. Não haveria seqüências de nucleotídeos a comandar desequilíbrios no crescimento celular, por exemplo; nem haveria tríades de bases a comandar a síntese de proteínas que implicassem em danos para o organismo. Eis aí uma definição nada complicada de "genoma perfeito".
Para não incorrermos no erro crasso dos uniformitaristas, que julgam que as condições permanecem imutáveis e invariáveis ao longo do tempo – sabe-se que não é isso o que ocorre –, presume-se que esse genoma tenda a sofrer alterações à medida em que passa o tempo. Isso o levaria de um estado de perfeição inicial a um estado subseqüente de degeneração. Para manter indefinidamente imutável o estado inicial de perfeição seria necessário um mecanismo reparador em contínua ação, a fim de preservar intactos os genes primevos. Substâncias "reparadoras" funcionariam como um sistema de manutenção daquela engenhoca perfeitamente ideada e trazida à existência.
Seres portadores desse aparato infalível poderiam se reproduzir entre si ainda que tivessem laços consangüíneos. Genes perfeitos pareados a genes perfeitos só produzirão as variações normais das características individuais, sem nunca gerar seres portadores de genes "defeituosos". Um estado de saúde eterno seria, assim, possível. A "ciência" atual, é provável, diria que sim, que a saúde eterna seria perfeitamente possível.
É plausível imaginar que esses seres fossem perfeitos nas formas e no caráter? Seu ambiente também assim seria? perfeito e harmonioso? Se o genoma perfeito foi uma possibilidade inicial, então é possível que estejamos imaginando um mundo em condições iniciais diferentes, mas possíveis de ter existido em algum momento do passado.
O mecanismo reparador ou protetor é hoje cada vez mais conhecido da "ciência", os anti-oxidantes. Eles estão presentes em grande quantidade no reino vegetal, em algum tipo de planta, em algum tipo de árvore e, todos sabem, as árvores dão frutos. Quem quer que tenha escrito o Gênesis, lá escreveu que as árvores dão frutos cuja substância protege as células de danos e doenças; escreveu que, em algum tempo no passado, houve uma árvore que dava um fruto riquíssimo dessas substâncias e que o homem primevo dele fez uso. Não importa que não tenha revelado por quanto tempo esse homem usufruiu desse alimento, mas presume-se que seus efeitos fossem extraordinários, já que seus descendentes ainda viviam por quase mil anos após a interrupção de seu consumo e, ainda que cruzassem entre si, não geravam seres anômalos ou portadores de deformidades ou doenças decorrentes de consangüinidade.
Pois vejam os leitores que tudo isso é o que está exposto no livro de Gênesis. Seres criados perfeitos, que mantinham sua perfeição através de sua alimentação. Depois, com os cruzamentos consangüíneos, ficou ainda mais clara a pureza do genoma inicial, já que a longevidade permanecia apesar da falta de suprimento do mecanismo reparador, o fruto da árvore da vida.
Observem que todas essas hipóteses estão perfeitamente inseridas no modelo positivista, uma vez que tudo nelas é compatível com o cientificismo naturalista. Nada há aqui de "sobrenatural". O momento da criação do primeiro ser, segundo Gênesis, se equipara ao modelo de criação positivista, a singularidade conhecida como big bang. A diferença entre ambos está na causalidade do evento. No primeiro "modelo", um Ser de Inteligência e poder infinitos é a causa de todos esses efeitos ao passo que, no segundo modelo, a causa de tudo é o acaso.
Para mais: http://umhomemdescarrado.blogspot.com.br/2012/04/levantai-os-olhos-e-vede.html
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