Sei que sabes, Casoba, de
minhas reservas às redes sociais. E parece que as razões delas estão a se
deixar revelar através de fatos gritantes e assustadores.
Por exemplo, no último
sábado uma querida amiga me relatava o que lhe ocorreu na rede social mais
badalada do momento. Alguém, não se sabe quem e é provável que nunca se chegue
a saber, "montou" uma falsa página com um falso perfil de minha
amiga. Esse(a) criminoso(a) virtual lá posta o que quer e bem entende e – pior!
– está a postar as mais esdrúxulas e pavorosas aberrações sobre minha amiga.
Ela, impotente diante de tudo, apenas observa com o coração aos solavancos e a
alma em frangalhos. Eu
mesmo tive o desprazer de visualizar a tal página, cujo link ela me enviou
depois, e pude aquilatar o tamanho do estrago que isso pode fazer na vida de
uma pessoa de bem. Que fazer?, ela se perguntava em minha presença. E
concluímos – no curto prazo talvez pouco se possa fazer. Ela tenta, desesperadamente,
junto aos administradores da rede, tirar a falsa página do ar o mais rápido
possível. Eis aí uma confirmação do porquê de minhas reservas a essas redes. Um outro fato, Casoba,
obterá menos unanimidade quanto à geração de reservas às redes.
Senão, vejamos.
Tenho usado a badalada rede
para divulgar os textos que escrevo em meus blogs. E ontem, creio, postei um
texto de meu blog "O Desocupado" (fecavalcanti.facilblog.com)
intitulado "Vergonha sobre mim" (http://fecavalcanti. facilblog.com/Primeiro-blog- b1/Vergonha-sobre-mim-b1-p29. htm).
Divulguei-o em certo grupo e qual não foi minha surpresa ao perceber que o
texto suscitava, entre as mulheres do grupo, uma reação que beirava a
hostilidade. Elas interpretaram a minha indignação como uma aversão, de minha
parte, ao que elas denominavam "crítica".
O interessante foi a
resposta que o mesmo texto obteve fora desse grupo, mesmo entre as mulheres.
Uma amiga escreveu, se referindo ao conteúdo do texto: -"Vixe... acabei de
te elogiar! Mas entendi muito bem o que quis dizer... ô povinho falso!"
Enquanto uma amiga que me conhece pessoalmente entendeu o que escrevi nas
entrelinhas, as amigas virtuais nada entenderam ou, por outra, entenderam
justamente o oposto. E aí está uma outra das razões de minhas reservas – nada
substitui uma amizade real, mesmo que uma virtual possa vir a sê-lo.
Uma amizade virtual é
amputada de todos os elementos que possui a amizade real. Nela falta o
conhecimento da essência do outro, da história do outro, do caráter do outro.
Cícero afirmou que só é possível a amizade entre os de bom caráter, e talvez
ela até seja possível na virtualidade das redes. Algo me diz que, sim, é
possível. Desde que os recentes amigos virtuais se esforcem por descobrir o
outro, anelem em algum momento a realidade e a presença do outro, seria
possível a cristalização de uma amizade de fato. Até lá, ao que me parece,
impõe-se ainda mais zelo e cuidados ao amigo virtual de forma a não feri-lo
naquilo que ainda não sabe do outro. Isso seria demonstração do caráter
necessário à amizade. Seria o mínimo a ser feito.
As amigas virtuais entenderam
que não tolero críticas por lhes acusar a obtusidade na interpretação de meu
texto. Os amigos reais, de fato e de direito, sabem que nada está mais distante
da verdade. Por que iria eu entrar a me enfronhar numa querela internáutica com
quem jamais vi na vida? Lamentei a oportunidade perdida de nos conhecer melhor
e pessoalmente a fim de levar a cabo papos literários ou não, usando do mínimo
de inteligência que a maturidade exige.
Eis então, caro amigo, dois
exemplos das mazelas maiores das redes sociais, sem esquecermos outra de igual
tamanho – sua propensão à disseminação da informação peito de homem, aquela que
para nada serve.
Nenhum comentário:
Postar um comentário