Vejam que a ciência, ao contrário do que imagina boa parte de nós, deve sempre ser olhada com desconfiança.
Não costumamos ler prefácios de livros – de fato, é bem possível que a maioria de nós não leia os próprios livros – mas, e o confesso sem a menor empáfia, certa vez li o de um. Era um livro de Imunologia, e que remonto ao início de meu curso de medicina. Li, ali naquele prefácio, o que cada vez mais julgo ser a verdade inapelável e irremediável. Não lembro as exatas palavras do texto, mas era mais ou menos assim:
“Sabemos que a metade do que ensina a ciência não é verdade; o problema é saber qual é essa metade”.
Perceberam? Eis o barco em que navegam os céticos, os positivistas, os naturalistas e os ateus, que tudo põem na conta desta grande mentirosa que é a ciência. E observem como é relativamente fácil provar que os dados dos quais os cientistas lançam mão são frequentemente equivocados.
Em 30.10.2007 escrevi um texto, que está publicado em meu blog, intitulado “Apocalipse now: um devaneio” (http://fecavalcanti.facilblog.com/Primeiro-blog-b1/Apocalipse-now-um-devaneio-b1-p16.htm). Nele exponho meu terror diante de uma reportagem que acabara de ver na imprensa televisiva. Escrevi lá o seguinte: “Estarrecido, vi hoje pela manhã bem cedo o telejornal anunciar que cientistas americanos da NASA preveem que em cinco anos, – vejam bem, cinco anos! – no verão, toda a calota de gelo ártico derreterá caso o efeito estufa e o buraco na camada de ozônio persistam nos níveis atuais. Cinco anos! E subirá o nível das águas oceânicas. E cidades litorâneas poderão ter sérios problemas. Enfim, o apocalipse foi antecipado.”
Segundo os respeitados cientistas da NASA, estamos já ao período da catástrofe anunciada. Com efeito, o tempo chegou e, de fato, já vai quase um ano após ele. Sim, porque, ao que conste, os humanos não pararam de emitir gases à atmosfera nem houve diminuição do buraco. Apesar da grave crise econômica, não houve redução significativa da produção industrial e da utilização de energia poluente, nem houve mudança da matriz energética que viesse a mitigar os inúmeros problemas causados pelo óleo. A ratificação do Protocolo de Kyoto pela maioria dos países não parece ter atingido os objetivos focados. É de se esperar, portanto, que tudo esteja exatamente como há cinco anos. Ou pior. É possível que esteja pior.
O que vemos, ou melhor, o que não vemos, como previsto, é o derretimento da calota polar e a consequente subida no nível das águas oceânicas e todas as tragédias que isso venha causar. Alguém dirá que estou sendo demasiadamente inflexível; que a ciência é assim mesmo, há sempre uma margem de erro em suas “previsões”; que assim exigindo mostro-me um jurássico troglodita, desses que arrastam a mulher pelos cabelos após lhe açoitar com um porrete, e por aí vai. Direi em minha defesa que, de fato, sou um troglodita incorrigível quando se trata de atacar essa ciência. O motivo? Ora, sou um apaixonado pela Ciência! Aquela não chega a lhe lamber os pés. Ou, melhor, se puséssemos uma diante da outra, a ciência viria lamber os pés da Ciência como uma cadelinha amestrada, usando uma de Nelson Rodrigues.
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