A
mentira quando não indigna, nos faz rir.
Foi
o que me ocorreu ao ler a seguinte nota no jornal Diário do Nordeste, em que
certo vereador petista afirma: “Nunca
houve governo em Fortaleza em que as categorias de servidores conseguiram
tantos avanços como o de Luizianne Lins.”
Para
a minha felicidade, o autor da coluna escreveu abaixo, após o nome do
mentiroso, o seguinte: “Pouco antes de a prefeita determinar a demissão de 10
agentes da AMC que, apesar de estarem em estágio probatório, participaram da
greve na autarquia; e esquecendo que nas gestões de Maria Luiza, Ciro Gomes,
Juraci Magalhães e Antonio Cambraia servidor nenhum pegou fila no Sine por
fazer greve. A decisão de Luizianne foi sustada pela Justiça.”
Observem
que não há lei humana que, violada, leve à punição do mentiroso; não há lei
contra a mentira. Assim, mente-se impunemente, a torto e a direito, à luz do
dia, do púlpito das câmaras e assembléias. E nos jornais.
Outro
dia, se não me engano na quarta de cinzas, certa articulista da coluna Opinião do
jornal O Povo, após afirmar como verdade absoluta que os fins justificam os
meios, escreveu que indiscutivelmente
o governo Lula e o governo Dilma reposicionaram
o ideal, por longo tempo julgado impossível de se lograr, de erradicar a fome e
a miséria no país. Apesar do mensalão, do presidente que nada sabia, dos inúmeros
escândalos e da corrupção grassante, que a articulista julga justificáveis em função
dos fins, os referidos governos reposicionaram
o ideal de justiça.
Que será que
ela quis dizer com reposicionar? Entendo
que seja colocar algo em nova posição, recolocar. No contexto seria priorizar a
erradicação da fome e da miséria no país. O governo distribui renda e moradia,
é certo. Diz que constrói escolas e que conseguiu ampliar o número de crianças
matriculadas. Em seguidas avaliações ficou clara a péssima qualidade da educação
ensinada nessas escolas. Paga-se mal ao professor, e a qualidade do
profissional da educação é a pior possível. Conclusão: o investimento em educação
é um “faz de conta”, um embuste. Mais um.
As perguntas inevitáveis
são: a médio e longo prazo, em que resultará distribuir renda e moradia a um
povo que segue na ignorância? A equação se sustenta? O nível de renda dessas
pessoas irá subir? Serão elas capazes de caminhar sozinhas, de obter um emprego
bem remunerado, de montar negócios e empreender? Parece-me que não é a resposta
a todas elas.
Se for assim,
volto com outra pergunta: os governos Lula e Dilma reposicionaram, de fato, o ideal de erradicar a fome e a
miséria do país? ou seu plano seria uma ardilosa trama, a maior de todas já
engendradas contra o povo, para se manter no poder tanto tempo quanto seja possível?
Há a mentira
cujo desmentir está ali no passado, à vista de todos, nas memórias da história
e dos fatos facilmente comprováveis. E há aquela cuja verdade está apenas no
futuro, ainda que todos os exercícios preditivos baseados em contundentes e
atuais evidências lhe apontem o caráter. Quero viver para ver.
Dois!
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