Tempos atrás o meu amigo Ciro Ciarlini, habilidoso e zeloso cirurgião cardiovascular desta cidade, me admoestou. Disse-me que deveria ler outras publicações, além de VEJA. A repreensão perdeu de imediato a razão de ser quando lhe garanti ser também leitor de outras revistas. Pelo sim, pelo não cancelei, após certo lapso de tempo, todas as assinaturas de semelhantes revistas, e tudo pela simples razão de uma mínima contenção de despesas.
O diabo é que o pessoal do departamento de vendas de VEJA se agradou de minha humilde pessoa e está a me enviar, há vários e vários meses, o semanário na tentativa de me fazer mudar de ideia e renovar a assinatura. Confesso não ter ainda me decidido, e é muito fácil compreender minhas razões: - ler de graça é melhor do que ler pagando. Assim, tenho recebido, com a competente regularidade da editora, os exemplares do semanário nacional.
Uma coisa é certa, e nela estaria certo o meu amigo Ciro em me "acusar": - sou um feroz simpatizante da revista VEJA e de seus colunistas. Tenho sentido saudades do Diogo Mainardi e de sua autêntica, inteligente e mordaz repulsa ao Barba, o senhor Lula da Silva, o maior canalha que o Brasil já conheceu. De resto, ele escrachava, nas páginas da revista e com tal elegância, toda a corja que se instalou em Brasília, asseclas deste nocivo e peçonhento personagem da política brasileira mais recente. Por sorte, e com alguma compensação, estão aí o excelente e também mordaz José Roberto Guzzo, o Rodrigo Constantino, o Reinaldo Azevedo e, aquisição mais recente, o João Luiz Woerdenbag Filho, o inteligente e destemido Lobão. A cereja e a flor do bolo, a escritora Lya Luft, comparece a cada quinze dias em artigos indignados e repletos da doçura e da mansidão próprias das mulheres de elevadíssima estirpe.
O amigo Ciro que me perdoe, mas esse pessoal aí tem coragem. Digam o que quiserem, mas nem de perto temem um empastelamento de sua redação. Os que se erguem para dizer que eles mentem, das duas uma: ou foram acometidos de cegueira, ou estão a engrossar o séquito de facínoras que aplaudem a súcia boquirrota e maldita.
Observe-se, por exemplo, a reportagem da última edição de VEJA (2376 Ano 47), assinada pelo jornalista Leonardo Coutinho e intitulada "A ILHA DO CARA", em que ele relata e descreve o nababesco paraíso onde mora e vive o ditador e sanguinário Fidel Castro, na ilha de Cayo Piedra, no mar caribenho do sul de Cuba. Como o acesso ao lugar é restrito aos familiares e íntimos amigos do senhor Castro – o Gabriel Garcia Marques era um deles e, dessa forma, pode muito bem ser classificado como um lustroso e vetusto canalha –, até então não haviam se confirmado as suspeitas que indicavam a existência de tão intrigante excrescência na experiência comunista mais bem sucedida de todos os tempos.
A comprovação do que se suspeitava só foi possível porque um de seus ex-guarda-costas, Juan Reinaldo Sánchez, escreveu e publicou recentemente sua autobiografia intitulada "Os Segredos de Fidel", que chegará ao Brasil no final deste mês pela Editora Paralela. Embora a reportagem revele os principais trechos do nababesco estilo de vida deste cada vez mais decrépito mito, estou ansioso para lê-lo. Degustá-lo-ei não sorvendo uma dose de Chivas Regal, uísque predileto do ditador e cuja garrafa custa 45 dólares, "o dobro do salário mensal de um cubano comum", mas um vinho barato desses que se vendem por aqui mesmo.
Os simpatizantes de canalhices históricas e de estórias da carochinha dirão que o ex-segurança de Fidel está mentindo. A reportagem esclarece que "ele foi demitido depois que seu irmão fugiu de balsa para os Estados Unidos". E continua: "Para Fidel, era inadmissível ter ao seu lado alguém que não previu que dentro de sua família havia 'traidores da revolução'". O segurança foi preso por dois anos e conseguiu fugir do país em 2008 depois de passar 8 anos tentando a proeza. Agora, a outra verdade sobre Cuba vem à tona: - a riqueza e a vida de luxo que leva seu ditador, em flagrante e cruel contraste com os habitantes da ilha que sofrem o pão que o diabo amassou em seu dia-a-dia.
Na mesma edição o Rodrigo Constantino quer saber das esquerdas brasileiras como elas explicam que a violência tenha aumentado ao mesmo tempo que cresceu a renda dos brasileiros já que, para elas, é a pobreza a causa da criminalidade. Diz ele: "Para começo de conversa, foi no Nordeste que se verificou o maior crescimento da taxa de homicídios, justo na região que experimentou um dos maiores aumentos de riqueza, favorecida por agressivos programas assistencialistas do governo, que até celebrou o advento da 'nova classe média'". E constata, usando das estatísticas, o que eu já havia constatado há algum tempo sem me basear em nenhum número, em nenhuma estatística (http://umhomemdescarrado.blogspot.com.br/2013/10/o-cearense-hospitaleiro.html): - "O brasileiro é tido como um 'povo cordial', mas as estatísticas mostram algo bem diferente. Somos um dos povos mais violentos do mundo".
Após o semanário expor as peripécias do bandido que se elegeu deputado – é bandido porque cometeu crimes e esteve preso por conta deles –, demonstra na reportagem "ELE É AMIGO DOS AMIGOS" que o político, deputado estadual pelo PT Luiz Moura, ainda é dos bandidos mais nocivos que se possa imaginar. Foi surpreendido e pego em reunião onde só havia bandidos conhecidos, tramando para incendiar ônibus de empresas tradicionais na capital paulista. E mais. Para eleger-se deputado pelo PT, a reportagem denuncia que ele recebeu doações de petistas de peso como Aloizio Mercadante, Arlindo Chinaglia, João Paulo Cunha, José Genoíno e a louca desvairada Marta Suplicy, e os respectivos valores doados. Por aí se vê que como mente a revista VEJA...
Depois de reportar o Collor tentando se explicar sem nada explicar sobre os R$ 50 mil que "apareceram" em sua conta bancária e cujos recibos de depósito foram encontrados no escritório do doleiro Alberto Youssef, a revista ainda se dá o trabalho de divulgar uma reportagem sobre os índios que, "patrocinados" pelo governo, "invadiram" a capital da República para protestar contra esse mesmo governo e encerrar com a magistral crônica do J. R. Guzzo em que ele faz, indignado, uma reflexão: "Como Lula, um cidadão que construiu toda a sua vida dizendo que é um trabalhador, pode tratar assim os trabalhadores – os mais necessitados de transporte coletivo de boa qualidade? Para o ex-presidente, isso é um luxo idiota de que o cidadão não precisa. 'Vão a pé, vão descalços, vão de jumento'", foi o que ele disse...
Eu, cá com meus botões e assistindo depois às entrevistas do Bolsonaro, concluo: - preciso, cada vez mais, ler VEJA. O Ciro que vá operar, com toda a sua competência, os padecentes e necessitados corações do povo vítima desses monstros da política irresponsável e destruidora de vidas e sonhos.
AMEI essa BELISSIMA CRÔNICA do meu colega, e profissional exemplar que no dia-a-dia das salas DE CIRURGIA, SEMPRE NOS FAZ REFLETIR QUE TER CORAGEM de dizer a verdade NESSE PAIS, e´um processo de cura lento mas que resolve.
ResponderExcluirParabéns, Presidente… Aproprio como minhas suas sábias palavras…
ResponderExcluirAbraços
Billy
Vc tal qual nosso Professor Dioguinho que lecionava História no saudoso Colégio Cearense, previu no final da década de 70 que todo comunistinha possuia na ideologia o sonho reprimido de ter um chevette zero km para fazer sua farra, na mão um litro de whisky Passaport para beber, e na outra uma cédula de um "Barão" para atender seu sonho de consumo....O nosso Dioguinho foi muito modesto na época, mesmo pq os camaradas Fidel e Lula excederam em muito as expectativas de consumo previstas.rsrsrsrrs
ResponderExcluir