Vou ao pai-dos-burros procurar o significado da
palavra manipulação. Acho o seguinte:
intervenção no desenvolvimento de
determinado sistema ou processo, com vista à alteração de sua evolução natural. Pode ser também, verbalizando o substantivo,
condicionar ou influenciar, geralmente em
proveito próprio; e o que considero mais torpe na “arte” de manipular: adulterar, falsificar.
Os tempos atuais são difíceis, como é bem sabido de
todo bom brasileiro, e o que mais se tem feito é manipular. O governo, por exemplo, manipula dados a torto e a
direito, tentando dar a si mesmo credibilidade e competência, por exemplo.
Mas o diabo são os fatos. Os malditos fatos teimam
em existir. O governo tem se utilizado de uma máxima de Nelson Rodrigues que
dizia que, se os fatos não confirmam o que digo, então pior para os fatos. Como
os fatos de nada se condoem, quem se condói é o povo, amargando desemprego e
aumento dos preços.
Isso sem falar do enriquecimento fácil e rápido de
agentes públicos ou de seus parentes, envolvidos até a alma em operações
ilegais de recebimento ou transferência de dinheiro entre o que é público e o
que é privado, tudo provado milimetricamente graças à evolução tecnológica
capaz de demonstrar a rota do dinheiro e as relações incestuosas entre os
vários agentes.
Diz o Robert Kiyosaki que, se você não pode provar
que algo é um fato, então é apenas e unicamente uma opinião. Os agentes
policiais que estão a investigar a gigantesca trama criminosa montada no
Palácio do Planalto não têm emitido nenhuma opinião sobre se A fez ou não fez
aquilo, ou sobre se B e A se relacionavam ou nem sequer se conheciam; os
agentes da polícia têm provado tudo
isso sem a possibilidade de margem a contestações. Assim, os fatos abundam, ao
passo que as opiniões também.
E por que abundam as opiniões na presença de tantos
fatos? Ora, a resposta é simples – na presença do incontestável somente é
possível a opinião! Parece ser isso uma escandalosa contradição, mas não é e
simples é a explicação: cada fato é único, ao passo que as opiniões abundam,
como já dissemos. Esse exagero numérico das opiniões tem um destino bem
conhecido – bagunçar a ordem ou a tentativa de a impor. Vê-se que as opiniões
diante de um fato estão justamente a tentar piorar as coisas para ele – pior para o fato!
Engana-se quem julga que uma opinião é algo
destituído de maldade, ou de inocência, ou de pureza. Atentem que não estou
afirmando que toda opinião é má, ou malvada, ou mal-intencionada, dirigida a
propósitos torpes. Mas há opiniões nitidamente dirigidas a propósitos pouco
nobres. No caso das opiniões em torno dos atos suspeitos do governo brasileiro,
e emitidas por milhares de seus apoiadores e operadores, elas servem a vários e
abjetos propósitos. Para boa coisa é que não seria.
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