Ninguém me responde, seus songamongas? É ou não é o que vi? o Jackson Moura abraçado ao Mesquita na Praça Portugal? Se o for, não era o Jackson um petista militante e juramentado, votante nessa corja vermelha e ladra?
Foi com essas palavras que hoje abordei os amigos na rede social. O Mesquita, minutos antes, havia tornado pública uma fotografia onde apareciam o meu querido Ricardo Pereira, ele próprio, a Rosângela Linhares e o Jackson. Todos enrolados num amplexo ali, na Praça Portugal, lugar onde se realizou a manifestação contra o governo no último domingo. Quando vi a marmota, caiu-me o queixo. Vejam que o que chamo de marmota é a surpresa de contemplar um petista numa manifestação antipetista.
O querido Jackson vestia as cores da bandeira brasileira de cima abaixo. Usava um sombrero de abas largas, a copa envolta por fitas verde-amarelas; a camisa imitava a da seleção canarinha e o bermudão era branco. Fiquei a esmiuçar aquela figura na busca de um artigo vermelho em sua indumentária, sem sucesso. De tão longa a copa e tão larga a aba do chapéu, a face do homem quase não se dava a ver. Daí a minha dúvida e o meu questionamento. O dia inteiro passou e o Mesquita não me respondeu, nem qualquer dos outros teve a delicadeza de me tirar daquela dúvida crudelíssima. À noite bati o telefone ao Mesquita. Ele, então, confirmou – era, sim, o ex-petista Jackson Moura o abraçado a ele.
Devo confessar minha imensa alegria ao constatar a mudança. Pensei cá com meus suspensórios: – antes tarde do que nunca. Disse-me mais o Mesquita. Que a Rosângela Linhares, que lá também estava, seria outra baixa nas hostes petistas. E saiu a citar outros tantos nomes de desconhecidos que haviam, há algum tempo, debandado da súcia nefasta e que lá também estavam, na praça. Mais alegria senti e mais esperançoso meu coração bateu. Sim, porque não sei se sabem, mas a esperança maior é a de ver brilhar a luz da verdade sobre inúmeros cérebros ainda embotados pela ilusão petista. Não falo de uma verdade geral, mas de uma verdade pontual, específica, bem dirigida – aquela que faz ver que fomos traídos por uma horda de malfeitores engravatados cuja boca pronuncia as mais hediondas frases e mentiras de todos os tempos país afora. Somente o brilho dessa verdade contundente poderá clarear o caminho que a nação deve trilhar na busca por sua identidade e por sua melhor opção de modelo de desenvolvimento.
Enquanto escrevo estas linhas vem-me à lembrança o que disse-me anos atrás um amigo, astro da constelação psiquiátrica cearense, ao me ler um despretensioso texto. Disse-me que minhas análises sócio-políticas eram “limitadas” e destituídas de “fôlego teórico” (http://umhomemdescarrado.blogspot.com.br/2015/04/cotidiano-iii-abestado.html#gpluscomments). Ele, petista irremediável até os dias de hoje, lê os sociólogos e suas teorias ilimitadas e repletas do tal fôlego. Lendo-as, percebe-se de imediato – são repletas, isso sim, do que se conhece atualmente como “evidências anedóticas”, isto é, evidências fajutas, evidências sem lastro e sem embasamento em estudos sérios e infestadas de ideologia. Vide os textos de um tal Giorgio Agamben, um filósofo italiano considerado, entre os “vermelhinhos”, uma das dez maiores “cabeças” do mundo atual (http://umhomemdescarrado.blogspot.com.br/2015/02/uma-besta-menos-besta_1.html e http://umhomemdescarrado.blogspot.com.br/2015/02/cerebro-de-titica_81.html). O desprazer de ler a entrevista que esta figura deu a certo repórter da mesma laia só não foi maior do que o regozijo que tive ao desmascarar-lhe todas as evidências anedóticas das quais fez uso para sustentar sua nefanda tese.
Mas voltemos aos recém-novos antipetistas. Devo dizer-lhes que também eu, como já devem ter percebido, compus a fileira deste engodo. Eu estava para dizer que assim me comportei à época de estudante universitário, mas só agora enxergo a verdade – votei no Barba até elegê-lo. Não posso deixar de confessar tamanho pecado, ao mesmo tempo que indago, em minha defesa, se é-se culpado por acreditar. Os que acreditaram numa alternativa mais viável para o país pecaram por acreditar. Aí estou eu a compor a fileira dos culpados por boa-fé. Até 2002 cri. O mais lastimoso é que o país havia melhorado e poderia melhorar ainda mais; mas a crença numa melhora mais rápida caso o comando passasse às mãos dos socialistas tentou-me à mudança, que em breve se mostrou absolutamente inoportuna e, mais do que isso, danosa e equivocada. No correr daquele 2002 caiu-me a venda que me obstava a visão – a credulidade. Aprendi, então, que só crer não basta. Aprendi que é preciso, além de crer, conhecer profundamente, pesquisar diligentemente, adquirir mais e mais conhecimento sobre a história e o que pensam, de fato, aqueles que pretendem assumir o comando de um país. As informações abundam e é justamente nelas onde se soterra a verdade. É preciso, então, mais do que obtê-las, crivá-las com o selo da idoneidade, separá-la de contaminações tendenciosas e de amputações parciais nelas infringidas. Tais dissecções na informação idônea são feitas a serviço de sua má interpretação e de seu valor. É preciso, antes de qualquer coisa, desfazer-se de ideologias e de ideias preconcebidas sobre diversos temas sobre os quais, na maioria das vezes, não temos o devido conhecimento e entendimento. Aqui estará a diferença visceral entre o cérebro que muda e o que não se altera por engessado que é.
Assim, concluímos com júbilo que nosso Jackson Moura e nossa Rosângela Linhares são mentes que se amoldaram à visão da verdade. Não se deixaram enrijecer no corpo pétreo da ideologia jurássica e perniciosa.
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