Não vou nem tergiversar, ficar de blablablá,
contando caraminholas – queria saber, descobrir, qual seria o endereço fiscal
de meu querido amigo-irmão Fábio de Oliveira Motta. Aos que não sabem, ou não
lembram, o Motta é aquele que é a cara encarnada e esculpida do senhor Cesar
Luis Menotti, ex-técnico da seleção argentina de futebol. (https://umhomemdescarrado.blogspot.com/2015/08/menotti-motta-e-as-tres-raparigas.html).
A fotografia da sumidade esportiva estava anexa ao texto, mas, por uma dessas
limitações da rede ou o exercício do direito de seu autor, a removeram, de modo
que, quem quiser ver a cara do homem, que digite seu nome no Google e lá verá
várias delas, várias caras de um só homem.
Pois nosso Menotti Motta, como ficou conhecido após
constatada a semelhança brutal, não tem, ao que conste nos autos, residência
própria. É mais ou menos assim – já estivemos na casa do Mesquita umas cem
vezes; na do Gaudêncio outras cinquenta; na do Bacana outras trinta; na do
Tomasinho umas vinte; na do Baxin umas quarenta; na de Madame Serjão umas “uma”;
na minha umas... sei lá. Na casa do Fábio “Menotti” Motta, nenhuma. Sim, na
casa do Meninotti Motta, a casa dele
mesmo, nenhuma. O que me recorda é ter estado em casa de seus pais há uns, digamos...
seiscentos anos. Lembro neste dia, há seiscentos anos, o Agapito, seu saudoso
pai, me cochichando ao pé do ouvido: –“A mulher é um bicho inconsequente...” Era
na casa do Bairro de Fátima... Havia também as casas dos Motta no Pecém, a da
praia e a outra, o sítio. Dos Motta, vejam bem.
Daí minha curiosidade no endereço fiscal do homem. Devo
dizer, em minha abissal ignorância, que estou presumindo ser o “endereço fiscal”
aquele que nosso homem pessoa física coloca em sua declaração de imposto de
renda. Se estiver errado, e é extremamente provável que esteja, paciência... Sigo
a perguntar: –“FaMotta, pedido de amigo... me diz aí qual é teu endereço fiscal”?
Peço mais e humildemente: –“Se não quiseres ou puderes confessar esse endereço,
me diz aí qual’é teu endereço residencial mesmo”...
É bem possível que o pobre e achacado leitor esteja
até agora a entender patavinas dessa história. E é porque já comecei dizendo
não querer usar de evasivas! Assim, o que queria indagar a meu amigo-irmão, de
fato, é o seguinte: –“Onde é que moras”? Não, não... não é essa a pergunta. A pergunta
é: –“Meninotti, onde é a tua casa”?
Sim, porque estão a dizer aos quatro cantos, coisa de gente fofoqueira que não
tem o que fazer, que moras com mamãe e papai há... mais de seiscentos anos.
Sim, o amado e saudoso Agapito ainda vivia em plena fortaleza física, mental,
emocional, espiritual. Assim, pergunto: –“É verdade?? Agora que Agapito não
mais está entre nós, estás a morar com a amantíssima senhora dona Mirtes, tua querida
mãe”?? Não... sim... sei que ela está idosa e requer alguém próximo que possa atender
suas demandas, mas... o diabo são os últimos 20 anos... ou seriam 30? Há 30
anos, depois do teu divórcio, te amancebaste em casa paterna e lá permaneces
até hoje? Em tempos antigos serias taxado, ou melhor, receberias uma plaquinha
pendurada no pescoço onde estaria escrito em letras graúdas – RAPAZ VÉI.
(Aos que não entendem o cearencês, esclareço – véi é o mesmo que “velho”, uma espécie
de hipocorístico muito comum nesse dialeto nordestino.)
Rapaz véi...
Nosso Meninotti não se enquadraria bem na definição porque o verdadeiro rapaz véi é aquele que nunca contraiu núpcias,
nunca se amasiou, e este não é bem o caso...
Para encerrar, que não quero mais te perturbar o
sono, em nosso próximo encontro, por favor, leva um boletinho da tua conta de
luz... (Desde linhas atrás já me dirijo diretamente ao amigo porque sei que a
canalha não perdoa e torna, em segundos, assunto sério em disse-me-disse sem
rumo...)
Sim, um boleto da conta de luz porque o da conta de
telefone não serve... não sei por que, mas não serve, viu?...