segunda-feira, 13 de abril de 2020

DESCULPEM, MAS NOVAMENTE O PÂNICO...

       "Na academia não existe diferença entre o mundo acadêmico e o mundo real; no mundo real existe". (Nassim N. Taleb)


      Não tem jeito. A rede social é o palco da vida moderna. Por conta disso, farei o seguinte. Doravante não mais farei nenhuma distinção entre o que é ou foi real, e o que é ou foi virtual. Dito isso, aqui vai o fato. 
      Outro dia tornei público o seguinte pensamento, me dirigindo à agência Reuters e depois publicado noutros sites: "Não sei por que razões as agências de notícias, quase todas, não publicam os dados científicos sobre os quais o Presidente da República se apoia para declarar sua defesa do término dessa palhaçada do isolamento social. Estudiosos de peso, médicos infectologistas, têm dito que isso não se presta ao que se destina e dão lá as evidências. Inclusive aqui, ninguém cita isso. Quase toda a mídia está se deixando levar pelo pânico injustificado. Ou por pura incompetência, ou por safadeza mesmo. As evidências também têm mostrado que esta última hipótese é a bem mais provável... E nem falo da evolução notória do tratamento da doença em pacientes gravemente acometidos. Parece que estamos ao início do pânico. Nada veio de bom. Façam jornalismo informativo. O resto é canalhice. Inclusive a omissão." 
      Ora, dizia Nelson Rodrigues que "a maior desgraça da democracia é que ela traz à tona a força numérica dos idiotas, que são a maioria da humanidade." Para sermos o mais justos possível, vejamos o que diz o pai dos burros sobre "idiota": estúpido, imbecil, otário, que ou o que denota falta de inteligência; fácil de ser enganado. Bem, parece que a maioria de nós é fácil de ser enganada, segundo o NR, o que me leva a pensar que a mídia sabe muito bem disso e se utiliza desse fato para fazer vicejar o pânico.
      É sabido que a mídia é pê-agá-dê em montagem de discursos e reportagens cuja mensagem é a que ela, a mídia, quer passar, e não o fato real, aquele baseado em todas as informações disponíveis. Há toda uma técnica utilizada para isso, o que se pode concluir através de uma fina e perspicaz análise desse discurso. Se a maioria de nós é fácil de ser enganada e temos inúmeros interesses escusos em jogo, defendamos nossos interesses à custa do pânico, hão de conjecturar. Este pode muito bem, e portanto, ser a nuvem de fumaça que se utiliza para embaçar visões que se consideram a si mesmas a própria perfeição. Sua utilidade é politicamente incontestável. Dolosamente, negligentemente ou ainda uma associação de ambas — que chamei de negligência dolosa — a história da pandemia terá desdobramentos que a história — o tempo — há de desvendar. Como disse Nassim Nicholas Taleb em seu fantástico "Arriscando a própria pele", " o único juiz efetivo das coisas (ideias, pessoas, produções intelectuais, modelos de carros, teorias científicas, livros, intencionalidade ou negligência em criação de vírus, etc. ) é o tempo". 
      Não entremos a deslindar o porquê de a maioria de nós ser fácil de enganar. Recentemente falei sobre nossa natureza irracional, demonstrada tão brilhantemente por Dan Ariely, ao contrário do que orgulhosamente pensamos. Muito menos comentemos sobre as conclusões de Andrew Lobaczewski em seu "Ponerologia", a nova ciência cujo objeto é o estudo do mal. Imaginem aí o caldeirão onde se mexe esse espesso caldo: um número estupidamente alto de pessoas fáceis de enganar, a maioria — no mínimo metade mais um —, à mercê de um número absolutamente não desprezível — cerca de 1% da população — de psicopatas. Alguém dirá que esse é um pequeno número, desprezível e sem efeito na realidade dos fatos e citarei alguns poucos exemplos de conhecidos psicopatas: Josef Stálin, Vladimir Ilyich Ulianov, vulgo Lenin, Adolf Hitler, Mao Tse Tung, Ted Bundy... Há mais, muito mais. Fiquemos apenas com estes. 
      Seria possível supor os destrutivos, mortais e amplos efeitos que estes solitários senhores causaram em decorrência de suas crenças e ideias nefastas? Aos que estão a ponto de exalar o clichê que reza que "os vencedores escrevem a história", direi que a história ainda não acabou, porquanto tais crenças e ideias ainda estão a se propagar mundo afora e ainda a encontrar simpatizantes do mesmo naipe e entre os fáceis de enganar. Bem se vê que ideias, esses entes tão abstratos e etéreos, em muito se assemelham ao tal vírus cujo "pico de incidência" tarda, cada vez mais, a chegar esmagando os já parcos recursos hospitalares locais e alhures. 
      Foi no esteio de tudo isso que fiquei assim como que "abestado" quando li o comentário de um conhecido se referindo à minha publicação. Disse ele: "Triste ver um cara bom com uma visão tão restrita, uma pena". Ora, minha publicação tenciona justamente realçar a necessidade de se abrir o olho para o que está posto por nossa mídia-lixo. E o tal fulano me sai com essa pérola... Em nada me surpreende. É de conhecimento geral que a cartilha dessa gente reza, como técnica de seu discurso, acusar o adversário daquilo que eles mesmos são, acusar os outros de fazer o que eles mesmos fazem. Assim, fico aqui com minha cegueira, enquanto fica ele lá com sua visão 3D, 20 por 20, de 360 graus. 
      Em todo caso, estou aqui agendado para marcar uma consulta, tão logo acabe o tal "isolamento", com meu querido amigo Héverson Paranaguá da Paz, oftalmologista de primeira linha, a fim de me avaliar a vista. Sim, porque, segundo este senhor, meu campo de visão está restrito. Enxergo como um míope astigmático cuja ptose palpebral quase não lhe permite deixar entrar a luz exterior. 
      Outro dia foi um amado e querido amigo-irmão, o Gaudêncio, que me diagnosticou visão "turva", e isso sem falar no amigo psiquiatra Danúzio Carneiro, que me alcunhou de "abestado", justamente como me senti ao ler o comentário acima. Segundo o Danúzio, minhas análises políticas seriam destituídas de "fôlego teórico", o que, para bom entendedor, significa que o mundo real precisa, necessita, almeja, anela e não sobrevive sem uma penca de teorias que suportem trinta a quarenta minutos debaixo d'água. Devo dizer, inevitável é: o amigo Danúzio é um comunista de carteirinha e sindicato e, assim como todo comunista que se preza, adora teorias e filosofias onde surfa suas sandices absolutamente fora do mundo real. 
     Em todo caso, concluo que é imperioso manter vigilância sobre si mesmo "com a mente esperta, a espinha ereta, e o coração tranquilo", a fim de se auto-dignosticar não a visão turva, não a visão restrita, não as etéreas ideias cuja materialização no mundo real fosse insano e trouxessem mortes e miséria; mas a própria capacidade de não se deixar pensar com base nos fatos e no mundo real e, principalmente, não pensar com a manada. Diz o chavão que "quem pensa com a manada não precisa pensar". Eis aí tudo — nunca, jamais, em tempo algum foi tão necessário pensar. Aos dias de hoje, mais do que em qualquer tempo, quero crer, pensar é uma necessidade vital e imperiosa.

4 comentários:

  1. Como leigo que sou, em assuntos de saúde, acredito em um militar ou nos doutores da OMS?

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    1. Doutores da OMS?? Doutores com ideologia, tipo Che Guevara. Acredite no militar que se serve de consultores livres de ideologia. Aos comunistas só interessa o poder, não importam os meios para lá chegarem.

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  2. Seu comentário é o de quem não leu o texto. Mas é compreensível. Comunistas nunca aceitam o óbvio.

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  3. O mundo inteiro está errado, todos comunistas . ��

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