quarta-feira, 8 de abril de 2020

O PÂNICO É... O PÂNICO!


Faz anos comentei algo sobre a rede social. Não, não... não foi sobre a rede social, mas sobre o povo que está, com alta frequência ou baixa frequência contínua, na rede social (https://umhomemdescarrado.blogspot.com/search?q=sejam+burros). Cada um faz de seu precioso tempo o que quer e bem entende, foi a conclusão óbvia e inexorável a que chegamos. Existiria outra? Sei lá... Quanto mais passa o tempo, menos sei sobre qualquer coisa. O conhecimento sobre o que quer que seja implica numa pesada, perene e severa responsabilidade, parafraseando Nelson Rodrigues.
O diabo é a constatação da ascendência, na rede social, de muita gente “sabida”. Diria até – sei que não é bem por aí, mas vá lá – que está a cumprir-se a profecia bíblica que diz “...e a ciência se multiplicará”. O grande problema é que há muita “ciência” se multiplicando, de modo que o excesso de informação está a gerar angústia nos mais sensíveis corações. Vejam, por exemplo, a pandemia do corona, o vírus com coroa... No momento em que escrevo teria uma denominação mais apropriada a lhe dar. Apropriada não por meu próprio – e impróprio! – julgamento, mas por traduzir exatamente o momento em que vivemos. Chamá-la-ia pandemia do pânico. Ora, o pânico todos sabem... Como bem definiria o meu querido e sumido amigo Mauro Oliveira, o pânico é... o pânico (https://umhomemdescarrado.blogspot.com/2012/08/nao-vai-dar-tempo-nao-vai-dar-tempo.html).
Chamemos uma mãe a fim de tentar explicar o que faz o pânico. Definições são mais compreensíveis quando se desenha um cenário possível. Digamos que essa mãe tem seu filho menor sequestrado e o sequestrador está lhe ordenando que lhe pague... sei lá... vinte mil reais. Caso contrário, matará a criança da forma mais cruel possível. Imaginemos um sequestrador barato, que pense pequeno, vindo lá das bandas de Sobral. (Ora... não se agastem comigo os amigos filhos da “princesa do norte”, com minúsculas mesmo, mas os preços por lá beiram a vileza. Estão a se vender a preço de banana...)
Claro está que o cenário desenhado mostra uma manipulação onde se coloca a uma mãe a possibilidade da morte de seu filho caso ela não aja de acordo com a manipulação do criminoso. A criança está fora de seu controle. Como se chama o que sente essa mãe diante desse terrível quadro?
Pois isso é o que está posto ao mundo. Sequestraram a segurança mundial com a ameaça de um incontável número de mortes, indistintamente do local acometido. Pregam um uniformitarismo no comportamento viral, como se este agente mantivesse as mesmas características de contagiosidade independentemente da região do globo.  Ainda que várias autoridades médicas tenham explicado que não necessariamente seria assim em território nacional (https://youtu.be/3y6biEVCQc4), o sequestro da segurança dos que leem/assistem vereditos opostos é fato. Outras autoridades, em campo na luta contra este novo agente, estão a usar protocolos de tratamento vitoriosos contra a infecção e os comunicaram ao Ministério da Saúde. O que ocorreu? Absolutamente nada. Estes senhores têm sido categoricamente desprezados pelas mais elevadas autoridades de saúde do país(https://www.cultseraridades.com.br/mandetta-esta-errado-entrevista-com-paolo-zanotto-virologista-da-usp/).
É perfeitamente compreensível que a incerteza traga insegurança. Contudo, quando as evidências começam a se acumular, ainda que em curto espaço de tempo, em favor da injustificabilidade das medidas até então adotadas com base na incerteza reinante até então, a irracionalidade é a única explicação possível para a manutenção uniforme de tais medidas.
(Dan Ariely, em seu “Previsivelmente Irracional”, explica, também através de evidências derivadas de estudos comportamentais do ser humano em situações reais do dia-a-dia que, ao contrário do senso comum, somos um poço de irracionalidade.)
A irracionalidade é irmã gêmea da emoção, o que seria uma explicação bem à mão para que alguns, aparentemente a maioria, não lançasse mão do conhecimento adquirido e acumulado sobre o que lhes causa medo. Temos medo do que não conhecemos, seria uma outra maneira de expressar tudo isso. Ou, ao invés disso, não se pode descartar a hipótese de que haja um ilegítimo e criminoso interesse em manter, dolosamente, o presente estado de pânico. Uma amiga, que é enfermeira há quase cinquenta anos, quando comentei sobre os referidos dados animadores, me falou: –“Prefiro acreditar nas autoridades ‘constituídas’”... Ela esquece que a “autoridade constituída” está a mostrar-se hesitante e, pior, dolosamente cega às evidências de campo e epidemiológicas que lhe foram encaminhadas. A intenção dos guerreiros e estudiosos é levar soluções e, através delas, trazer conforto, esperança e, mais importante, o controle da pandemia em território nacional com a cura dos acometidos e salvamento de vidas.
A hipótese da ilegítima, dolosa e criminosa omissão e desprezo por parte dessas “autoridades constituídas” às evidências não é uma “teoria conspiratória” irresponsável e lunática, quando todos sabem do massivo interesse de núcleos poderosos do governo – quando digo “governo” me refiro aos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário – em apear do poder o Presidente da República. (Vejam o uso excessivo da palavra “poder”, donde se conclui que há muito em jogo.) Esse interesse é cada vez maior quanto mais próximo ele estiver de ser bem-sucedido em suas intenções para o país. Isso implicaria em perda de privilégios inconstitucionais, endurecimento da lei para esses privilegiados, fim ou retardamento de seus projetos de poder, e por aí vai. Imaginem aí se o governo consegue controlar com êxito, e sem contribuir para a perda de vidas, essa pandemia em território nacional. O que seria dessa turma que se lhe opõe ferozmente?
A amiga que prefere a “autoridade constituída” está dizendo, como disse Nelson Rodrigues numa de suas tiradas espetaculares, “se os fatos são contra mim, pior para os fatos”. Junto a ela estão a fazer coro milhões de brasileiros. Bem se vê que diploma e racionalidade podem, sim, perfeitamente, ser coisas mutuamente exclusivas. As amostras do Dan Ariely tinham pessoas com diferentes graus de escolaridade, como parece ser óbvio, o que permite a qualquer um de meus pouquíssimos leitores a me ter na conta de um perfeito imbecil. Paciência... quem escreve põe a cara a tapa.

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