domingo, 28 de dezembro de 2025

SE LIGA!

           Escreveu bem assim na rede social: “ganhei paz quando entendi que tudo o que está fora do meu controle deve permanecer fora da minha mente”. De fato, a frase não foi de sua autoria. Sabe-se lá quem teve o pensamento e muito menos quem o desceu à letra.

Foi o Stephen Covey quem escreveu, lá atrás, em seu “Os sete hábitos...” que existem três tipos de problema: os de controle direto, aqueles que eu e somente eu posso resolver; os de controle indireto, aqueles que somente outra pessoa pode resolver e tudo que posso fazer é tentar influenciá-la para a resolução; e os de controle inexistente, aqueles cuja solução está além das capacidades humanas, como a chuva torrencial que cai no momento em que ia sair de casa para pegar uma praia.

Primeiramente, para que se possa delinear com um mínimo de racionalidade e ponto de partida, estabeleçamos a quem “este” problema pertence. Por vezes, muitas vezes, o problema, de fato, nem pertence a alguém que está a julgá-lo seu. Este alguém seria um intrometido na vida alheia, convenhamos. Outras vezes, não raro, este alguém tem um problema que não nos diz respeito... a princípio. Sim, às vezes, pessoas próximas procrastinam problemas cuja não solução irá afetar, no futuro, seus amigos ou familiares, o mais das vezes estes últimos.

Nassim Nicholas Taleb em seu “Arriscando a Própria Pele”              ensina que é muito fácil e assimétrico alguém tomar decisões cujas consequências recairão robustamente sobre terceiros, uma verdade clara de ver e constatar. Assim, conclui-se que pessoas que assim agem são criadoras de problemas a outros. Claro está, então, a necessidade de se estar atento às pessoas com as quais nos relacionamos. Uma vez constatada uma decisão com características “ameaçadoras”, deve-se tomar uma atitude. Conclui-se, assim, que se está diante de um problema de controle direto uma vez que sua não resolução por parte da pessoa que o criou irá cobrar, cedo ou tarde, a terceiros. Seria como se o(s) outro(s) fossem “fiadores” do que criou o problema.

Voltemos ao contexto da frase postada. Lá, está implícita a ideia de que todo e qualquer problema de aparente controle inexistente deve ser relegado ao “esquecimento” ou a uma espécie de faz-de-conta: ele não existe e, em não existindo, tenho paz! Vejam que só aparentemente é o controle inexistente.

Quem divulgou a ideia esquece-se de outra coisa que disse o Taleb: que é “absolutamente irracional aquilo que ameaça a sobrevivência do coletivo primeiro para somente depois ameaçar a sobrevivência do indivíduo”. Sim, porque a frase postada tem um viés de isenção, como se tudo aquilo que está a abalar fortemente o coletivo o isentasse de toda e qualquer atitude sua, individual ainda que contributiva ao coletivo. Ora, acha ele que não lhe diz respeito o irracional que está a ameaçar o coletivo do qual ele faz parte? Ele diz que, sim, nada tenho a ver com isso e nada posso fazer. Posso deitar e dormir tranquilo, em paz, nada disso me diz respeito.

Bem, segundo o Taleb tudo o que ameaça o coletivo acabará por, mais cedo ou mais tarde, ameaçar o indivíduo, inclusos aí seus amados, sua prole e quem quer que ele herde ao mundo por ocasião de sua morte. Se disser “foda-se a prole e os herdeiros”, caberá a pergunta: é verdade que os ama? Não me espantaria se dissesse algo como “não tenho amor pelos meus filhos”. Sim, já ouvi da boca de um hoje antiamigo esta frase (https://umhomemdescarrado.blogspot.com/2011/07/uma-india-de-antiamigos.html). Disse que não me espantaria porque no momento em que a ouvi senti um frio na espinha e uma sensação de terror que jamais sentira. Meu metabolismo mental finalmente a processou e hoje sei que existem, de fato, pessoas que não amam seus filhos. Há de ser uma espécie de psicopatia, sei lá...

Devo dizer que o Covey nunca assegurou que em problemas de controle direto e indireto se possa efetivamente chegar à solução, mas é clara a sugestão de quem tem o potencial para chegar a ela. Óbvio é que, se ninguém se mexe, nada vai acontecer.

Concluo lembrando ao amigo que o mundo está em guerra, uma guerra que teve início nos Céus e cujo final está próximo. Dela não há como se isentar. Portanto, se liga, Amorim. Isenção é só pro imposto de renda, e olhe lá!

 

 

⁷ E houve batalha no céu; Miguel e os seus anjos batalhavam contra o dragão, e batalhavam o dragão e os seus anjos;

⁸ Mas não prevaleceram, nem mais o seu lugar se achou nos céus.

 

Apocalipse 12:7,8

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