sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

Contra as dúvidas, os sustos e as mentiras

           Há tempos não falo sobre a Unimed. Houve uma época em que vivia a falar sobre ela. Alguns de meus raros leitores me escreviam: -“Não gosto quando escreves sobre a Unimed”. Entendia que não gostavam porque o assunto era restrito a certo grupo de leitores, os médicos cooperados da Unimed. É compreensível que o tema fosse um pé no saco dos outros. Ademais, descobri que, embora haja obsessões sadias, a minha pela Unimed estava se tornando doentia. Assim, acabei com aquele negócio de falar sobre ela.
            O diabo é que recebi, por esses dias, uma correspondência enviada pelo conselho fiscal da cooperativa e, junto a ela, uma espécie de réplica oriunda da diretoria. Em suma, é o seguinte: - enquanto o conselho fiscal aponta problemas de gestão, o conselho de administração os nega. Mais ainda. O referido conselho diz com todos os efes e erres: “manipular informações é uma estratégia eleitoreira que só serve aos nossos concorrentes”.  
            O conselho fiscal, por sua vez, salienta: “observamos que os esforços não estão sendo utilizados em prol de uma maior saúde econômica, conforme já esboçado em várias Comunicações Internas ao Conselho de Administração”. Este responde nos seguintes termos: “passados dez meses da atual eleição do Conselho Fiscal, não foi solicitada à Diretoria qualquer publicação oficial impressa para os cooperados”. A pergunta que de imediato se quer fazer após afirmações tão divergentes a partir de duas peças importantíssimas de uma empresa como a Unimed Fortaleza é: - quem está a mentir?
            Um detalhe ínfimo, quase imperceptível e que me saltou aos olhos, foi o veículo utilizado por cada um desses oponentes na divulgação de tais informações. Enquanto o Conselho Fiscal se utilizou de um encarte de quatro páginas, o Conselho de Administração se valeu de um de dez; o primeiro era pequenino, o segundo bem maior; o primeiro veio escrito em letrinhas pequeninhinhas, bem pirrototinhas; o segundo em letras de outdoor, garrafais e grifadas em negrito. Haverá nesta apresentação uma exibição de músculos por parte do Conselho de Administração? ou ela vem eivada da boa consultoria de marketing de que dispõe? As duas possibilidades serão mutuamente exclusivas? Não parece ser o caso.
            Vivemos à era da informação e, como é bem sabido, ela está facilmente disponível à esquina, na banca de jornal ou à ponta dos dedos. O problema é que sua disponibilidade não traduz necessariamente sua idoneidade e honestidade. Tudo isso se faz muito claro nessas duas correspondências. É um flagrante exemplo do que afirmo. Destarte, necessário é aprofundar o tema. Para tal uma coisa se mostra absolutamente necessária: - a averiguação dos balanços por parte de empresa especializada, idônea e imparcial, alheia a todo e qualquer interesse.
            O Conselho de Administração diz: “O Conselho Fiscal não sabe manusear fórmulas simples de contabilidade financeira”. Se é assim, pergunto à diretoria da Unimed Fortaleza: - para que serve o Conselho Fiscal? Já serviu para anuir, para avalizar, para consentir. Agora que se opõe ao que diz a diretoria, não serve porque não sabe fazer seu trabalho? E ao atual Conselho Fiscal: - os senhores não se assessoraram? Quero crer que sim. Afinal, os números de uma empresa como esta não são os números de um demonstrativo financeiro familiar. Impõe-se, como já dito, uma consultoria imparcial para dirimir as dúvidas, os sustos e desmascarar o mentiroso.

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