terça-feira, 25 de junho de 2019

AS PAZES COM O SIQUEIRA

Estive em Maceió novembro passado. E encontrei leitor que foi sumário: - “Detesto quando escreves sobre a Unimed!” E eu, coçando a testa: - “Paciência...”
Ressalte-se o fato de ele não ser cooperado. Nem médico é. Daí ser compreensível esse ódio cooperativista. Deve ser mesmo um pé no saco ficar a ler sobre a luta por poder em universo tão microscópico e distante. E ainda destoante dos holofotes leigos que só enxergam médicos compenetrados e desapegados da matéria. Quanta pureza d’alma!
Tive ímpetos de tentar lhe explicar o tabuleiro do jogo e como se movem suas peças, mas desisti incontinênti. Foi apenas um relampejo de pensamento que tratei de esquecer com a mesma rapidez com que chegou. Não gostava dos textos porque não lhe apetecia o conteúdo. Nada mais óbvio.
Hoje no hospital dei de cara com meu querido Siqueira. Afora uma galhofa aqui e outra ali - e que nos levou a uma risadagem inconveniente ao ambiente hospitalar – conversamos sobre o tema Unimed. Foi apenas uma pincelada nesta pauta já combalida, mas que acabou por servir a dois propósitos. O primeiro a me merecer os parabéns de sua parte por estar a propalar aos cinco continentes minha intenção de voto. Alguém há de lembrar que o querido Siqueira me puxou as orelhas, noutra eleição para a mesma Unimed, por ter escondido o voto nas Fossas Marianas em baú de ferro trancado a sete chaves. Desta vez estava contentíssimo por esse voto tão declarado, tão esparramado, tão público como uma serenata à luz da lua.
O segundo propósito veio me constatar, finalmente, que acordamos de cara em determinado ponto – justamente a intenção do voto. Não houve meias palavras nem perambulagens de discurso. Numa concordância plácida, e sem meios termos e senões, fechamos a questão - tudo diferente do que nossos embates foram até então. E ainda outras anedotas e firulas ao final das quais nos despedimos. E ainda bem que foi assim. O tema já me invadira os ouvidos minutos antes noutro setor do hospital. Ninguém agüenta tanta Unimed!
Encerro rapidamente, que a vida me chama, dizendo que os argumentos de peso foram reduzidos a fuligem, e os que pareciam inteligentes desafiam justamente a aguçada inteligência desta “classe” tão argumentativa e difícil de ser levada a pensar. Oxalá passe o quatro de fevereiro, dia das eleições. Vamos ao carnaval e aí, sim, o ano finalmente começa.

Fernando Cavalcanti, 20.01.2010

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